sexta-feira, novembro 03, 2006

Feira do Livro 2006

Ontem voltei à Feira do Livro de Porto Alegre.
Na edição de 2005 encontrei algumas coisas interessantes. Acabei levando "The Fountainhead" da Ayn Rand (acreditem que nunca li nada dela??!!) e a trilogia de memórias de Charles De Gaulle.
Ontem estava à procura de :
- "A Tela Demoníaca" de Lottie Eisner (o meu exemplar ficou perdido em alguma quebrada dos 80!) - uma detalhada descrição e análise da cena e dos filmes supremos do expressionismo alemão do início do século 20.
- René Guenon: Qualquer coisa do tradicionalista francês.
Não consegui nem uma coisa nem outra, mas pude notar outra coisa: a tenda mais lotada era de uma editora de livros espíritas!! Sinal dos tempos...
Ao final, consegui dois volumes em edição pulp - em espanhol - de "Política" de Aristóteles..
Já a minha filha Luísa, conseguiu o que queria!! E começou a degustar na feira mesmo!!
Até mais.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Affair Olavo X ZH - algumas e poucas opiniões

Algumas repercussões sobre o artigo censurado e posterior demissão de Olavo da ZH.
O jornalista Vítor Vieira, dono do site videVERSUS  publica na íntegra o artigo e a troca de e-mails entre o jornal e Olavo além de observar:

"A Zero Hora que invoca "valores éticos" para "demitir" Olavo de Carvalho é a mesma que "empregou" como colunista o Senhor Lula da Silva, quando o País inteiro sabe que ele é totalmente avesso à leitura, a qualquer leitura, e ainda mais avesso a escrever, quanto mais duas palavras, uma atrás da outra. Portanto, seria impossível que escrevesse os artigos que publicou por tanto tempo em Zero Hora, sob sua assinatura. Zero Hora abrigou uma fraude durante tanto tempo e não achou que isso ferisse os seus "valores éticos". Todo mundo sabe que os artigos de Luis Inácio Lula da Silva eram escritos pelo seu "ghostwriter", o neotrotskista Marco Aurélio Garcia."

O jornalista Gilberto Simões Pires, na sua coluna eletrônica Ponto Crítico de 30/10 publica integralmente o artigo e a troca de e-mails.

É só.
Onde estão Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi quanto mais se precisa deles??
Deve ser por que não querem associar seu nome (e seus patrocínios)  ao Olavo de Carvalho.

O interessante foi notar que apenas dois dias após Olavo frisar sobre os planos de controle da mídia pelo PT, acontece o caso de intimadação aos jornalistas da Veja...


Abusos, ameaças e constrangimentos a jornalistas

Na resposta de Olavo ao editor-abafa de Zero Hora, Marcelo Rech, dizia  que se ele e os diretores de Zero Hora "se fazem de bobos, é por uma razão muito séria: eles são realmente bobos. Infelizmente, acabarão entendendo isso demasiado tarde, quando perceberem o que Lula quer dizer com 'democratização dos meios de comunicação'".

Pois já começou. Por onde?  É claro, pela revista que mais bateu no Lula nestes últimos tempos: a "Veja".
ZH pode ficar tranquila, pois agora sem Olavo talvez seja a última da fila do 'constrangimento'. Devem estar aliviados...
Esta é a ética de livrar o próprio 'rabo'.

Leia o que aconteceu aos jornalistas de Veja - aquela revista que ainda faz jornalismo.

Abusos, ameaças e constrangimentos
a jornalistas de VEJA
31 de Outubro de 2006   


A pretexto de obter informações para uma investigação interna da corregedoria sobre delitos funcionais de seus agentes e delegados, a Polícia Federal intimou cinco jornalistas de VEJA a prestar depoimentos. Eles foram os profissionais responsáveis pela apuração de reportagens que relataram o envolvimento de policiais em atos descritos pela revista como "uma operação abafa" destinada a afastar Freud Godoy, assessor da presidência da Republica, da tentativa de compra do dossiê falso que seria usado para incriminar políticos adversários do governo. Três dos cinco jornalistas intimados – Júlia Duailibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro – foram ouvidos na tarde de terça-feira pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira.

Para surpresa dos repórteres sua inquirição se deu não na qualidade de testemunhas, mas de suspeitos. As perguntas giraram em torno da própria revista que, por sua vez, pareceu aos repórteres ser ela, sim, o objeto da investigação policial. Não houve violência física. O relato dos repórteres e da advogada que os acompanhou deixa claro, no entanto, que foram cometidos abusos, constrangimentos e ameaças em um claro e inaceitável ataque à liberdade de expressão garantida na Constituição.

  1. Ao tomar o depoimento da repórter Julia Duailibi, o delegado Moysés Eduardo Ferreira indagou os motivos pelos quais ela escrevera "essa falácia". A repórter da VEJA, então, perguntou ao delegado Moysés qual era o sentido de seu depoimento, uma vez que ele já chegara à conclusão antecipada de que as informações publicadas pela revista eram "falácias". Ao ditar esse trecho do depoimento para o escrivão, o delegado atribuiu a palavra à repórter, no que foi logo advertido pela representante do Ministério Público Federal, a procuradora Elizabeth Kobayashi. A procuradora pediu ao delegado que retirasse tal palavra do depoimento porque tratava-se de um juízo de valor dele próprio e que a repórter nunca admitira que escrevera falácias.
  2. Embora a jornalista de VEJA estivesse depondo na condição de testemunha num inquérito sem nenhuma relação com a divulgação das fotos do dinheiro do dossiê, o delegado Moysés Eduardo Ferreira a questionou sobre reportagem anterior, assinada por ela, que tratava do tema. O delegado exigiu, então, da repórter que revelasse quem lhe dera um CD com as fotos. A repórter se recusou a revelar sua fonte.
  3. Durante todo o depoimento da repórter Julia Duailibi, o delegado Moysés Eduardo Ferreira a questionou sobre o que ele dizia ser uma operação de VEJA para "fabricar" notícias contra a Polícia Federal. Disse que matéria fora preconcebida pelos editores da revista e quis saber quem fora o editor responsável pela expressão "Operação Abafa".
  4. O delegado disse que as acusações contra o diretor-executivo da Superintendência da PF, Severino Alexandre, eram muito graves. E perguntou "Foi você quem as fez? Como vieram parar aqui?". Referindo-se à duração do depoimento, o delegado Moysés Eduardo Ferreira disse: "Se você ficou duas horas, seu chefe vai ficar quatro"
  5. Indagada sobre sua participação na matéria, a repórter Camila Pereira disse ter-se limitado a redigir uma arte explicativa, a partir de entrevistas com advogados, sobre como a revelação da origem do dinheiro poderia ameaçar a candidatura e/ou um eventual segundo mandato do presidente Lula. O delegado perguntou quais advogados foram ouvidos. A repórter respondeu que seus nomes haviam sido publicados no próprio quadro. O delegado, então, perguntou se VEJA pagara pela colaboração dos advogados. Diante da resposta negativa, o delegado ditou para o escrevente que a repórter respondera que "normalmente a revista não paga por esse tipo de colaboração". A repórter, então, o corrigiu, dizendo que a revista nunca paga para suas fontes
  6. Embora os repórteres de VEJA tenham sido convocados como testemunhas, o delegado Moysés Eduardo Ferreira impediu que eles se consultassem com a advogada que os acompanhava, Ana Dutra. Todo e qualquer aparte de Ana Dutra era considerado pelo delegado Ferreira como uma intervenção indevida. Em determinado momento, Ferreira ameaçou transformar a advogada em depoente. Ele também negou aos jornalistas de VEJA o direito a cópias de suas próprias declarações, alegando que tais depoimentos eram sigilosos. A repórter Júlia Duailibi foi impedida de conversar com o repórter Marcelo Carneiro.

A estranheza dos fatos é potencializada pela crescente hostilidade ideológica aos meios de comunicação independentes, pelas agressões de militantes pagos pelo governo contra jornalistas em exercício de suas funções e, em especial, pela leniência com que esses fatos foram tratados pelas autoridades. Quando a imprensa torna-se alvo de uma força política no exercício do poder deve-se acender o sinal de alerta de modo que a faísca seja apagada antes que se torne um incêndio. Nunca é demais lembrar: "Pior do que estar submetido à ditadura de uma minoria é estar submetido a uma ditadura da maioria."
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=121030&date=currentDate
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