sábado, setembro 11, 2004

World Trade Center.... Recuerdos

Há três anos o mundo civilizado mudou para sempre.
Aqui um pouco de como era a vida antes...



Esta foto traz um clima de nostalgia adequado ao dia de hoje.
Em preto e branco expressionista para demarcar o momento grave da história ocidental.
Preto representa o luto pelas vítimas do maior atentado terrorista da história.
Branco para lembrar que uma paz verdadeira se obtém com verdadeira justiça!!!

quarta-feira, setembro 08, 2004

O inverso do "patrio-idiotismo": uma homenagem à pátria que nunca tive....

A alienação instituicional a que a geração de 64 está a promover em todos os sentidos culturais da vida nacional criou um novo termo: o patrio-idiotismo.

Desde os anos 70, como uma reação vingativa ao fracasso da revolução totalitária da década anterior, a esquerda militante que tomou conta das redações, salas de aula e até tribunais deste país - para não falar na vida cultural - vem promovendo a destruição dos valores e dos símbolos que representem a nação brasileira. Nada ficou de pé nesta fúria iconoclasta que parecia dizer "se não conquistamos o país, não verá país nenhum". E desde então seguimos nesta vereda. A pedra de toque era a associação de qualquer símbolo de patriotismo ao apoio ao regime militar.

Eu mesmo, nos meus anos de escola, sentia raiva de ter de cantar Hino Nacional, ensaiar "marcha" e outras coisas para o dia sete de setembro. E olha que eu nem sabia muito o por quê deste desconforto...

Findo o regime militar em 1985, a cada novo governo civil, mais desconsideração e indiferença para com os símbolos da pátria. E cada vez mais o anti-americanismo grassando. Acho que tem um paralelo bastante claro nisso. Um dos fatores de distinção dos americanos e o resto do mundo é o seu grande respeito para com seus símbolos pátrios. O dia da independência - 04 de julho - é uma festividade acima de tudo popular antes de ser oficial. No afã de promover o anti-americanismo acredito que até a negação do patriotismo foi uma ação bem pensada: ao mesmo tempo condenava os militares e também indiretamente os americanos e seu patriotismo popular.

Ontem foi dia 07 de setembro. Há alguns anos aqui no Brasil este dia não passa de mais um "feriado". Cada vez menos pessoas saem de casa para ver, ou exibir alguma demonstração de civismo.

Nunca, em tempo algum da minha existência, senti algo parecido com o que acontece agora no Brasil. Paira sobre este país uma ameaça tão séria à tudo o que representa uma nação. Uma ameaça muito maior do que aquela vencida em 1964. A descontrução de nosso país pela tropa de choque de Gramsci chega a seu ápice. Eu pelo menos tenho a plena consciência de que estamos efetivamente à beira de um abismo. E ao contrário do que aconteceu naquela época, não temos nada a defender.

Não temos um conceito de pátria ou país a defender. Não temos uma sociedade com valores morais a defender.
Nossa defesa agora é mais modesta. Tentamos apenas defender nossas próprias famílias e círculos da amigos. Esta é a nossa verdadeira pátria. A única a que nos resta defender.

Me considero um alienado por opção: não vejo televisão, não participo dos debates mais empolgantes de nossa sociedade sobre "Big Brother Brasil" e a última novela das oito. Esta definitivamente não é a minha pátria. Deixo-a com prazer para os patrio-idiotas, que pensam que a expressão máxima de amor à pátria é a demonstração de ódio cego à outras nações, como dizia Roberto Campos.

Minha geração busca uma pátria que não existe, ou quem sabe nunca existiu: uma pátria na qual possamos nos orgulhar de fazer parte. Aquela que fica no lado certo quando tem de se decidir, aquela que não se ausenta de lutar contra os inimigos da democracia e da liberdade. É aquela, que víamos na sessão da tarde, em filmes preto e branco e nos orgulhávamos de seus feitos como se fossem nossos....

Esta é a pátria - na qual nunca tive o prazer de viver - que merece o meu respeito e minhas homenagens.
E esta pátria onírica tem apenas duas datas a comemorar: 31 de março de 1964.
E 4 de julho de 1776....

Terror em Beslan: "No Future for you", Chechênia



Em imagens divulgadas ontem pela TV russa terroristas encapuzados estão a preparar cuidadosamente um artefato explosivo. Ao fundo dezenas de crianças apavoradas esperam o desenlace dos acontecimentos. Em primeiro plano, aos pés do terrorista, marcas de sangue....

O terror, a audácia e a falta de humanidade nos terroristas em Beslan - Ossetia do Norte assombraram o mundo.
Tanto quanto a total incapacidade do governo russo em tratar do caso.

O uso de crianças como um novo alvo do terror parece ser uma fronteira que foi, tragicamente, ultrapassada na semana passada. O que suscita uma pergunta fundamental: O que quer o terror?

Será que este tipo de ação consegue seus objetivos por si só, destruindo "alvos" tão improváveis como bebês de colo?
Claro que não! O objetivo do terror sempre foi um só - o de exercer influência na opinião pública.

O terror nunca vai vencer por seus próprios meios. O que ele pretende é enfraquecer os inimigo por dentro, de onde os governantes mais necessitam apoio: a opinião pública. Pelo menos é o que acontece em qualquer país democrático, onde os humores da população tem o poder de apear qualquer presidente do cargo.

Mas o uso de alvos civis é aparentemente contraditório ao sucesso do movimento. O que pode ser dito do movimento Taliban, por exemplo, após 11 de setembro? E Al-qaeda? O Taliban virtualmente não existe mais. E Al-Qaeda, apesar de viva, respira com ajuda de aparelhos. Ou alguém vai negar que ela tinha muito mais espaço de ação e flexibilidade antes dos acontecimentos de 11 de setembro? Apesar de ter firmado uma "marca" no mundo do terror, cada vez menos liberdade de ação ela possui.

Após 11 de setembro, toda a opinião pública americana e mundial se inclinou favoravelmente para a guerra do terror, que teve boas ações no Afeganistão. No episódio do Iraque o apoio só diminuiu pela contra-propaganda esquerdista/terrorista. Resumo: a perda de apoio à guerra anti-terror aconteceu pelo uso criminoso da liberdade de imprensa nos Estados Unidos.

Isto prova que atos selvagens como este só podem ter uma reação: juntar toda a opinião pública a favor da total eliminação de seus executores e apoiadores. Barbarismos como esse - e como aqueles que acontecem todos os dias no Iraque - tem de ser imediatamente reprovados e contra-atacados.

Agora vamos a ação anti-terror: Se fosse nos Estados Unidos, tenho certeza que todos os recursos que o governo tem em mãos seriam usados para preservar a vida dos inocentes. Uma grande nação democrática como os EUA só puderam existir durante séculos por ter criado instituições e estruturas que garantem, acima de qualquer outro direito, a vida humana.

Infelizmente, o que pode ser dito do governo russo? Um governo que durante décadas usou toda sua estrutura e poder para controlar, calar, degredar e por fim exterminar o seu próprio povo tem legitimidade ou interesse em preservar a vida humana? Não.

Alguém pode dizer ainda que o governo russo é democrático e foi eleito pelo povo. Sim. Mas um fato interessante é que a carreira política de Putin se confunde com o aparecimento dos rebeldes chechênos na década de noventa. A cada ação terrorista e contra-golpe repressor, Putin ganhava mais visibilidade e prestígio. Fois assim que se elegeu em 2000 após uma onda de explosões em Moscou em que comandou - a mando do presidente Yeltsin - a repressão ao terror.
O problema é que Putin foi muito além disso. Após subir ao poder em 2000 ordenou a invasão e total aniquilação da Chechênia e sua capital, Grozny. Relatos de sobreviventes falam em mulheres e crianças prisioneiras sendo fuziladas à queima-roupa pelos militares russos.

O que dizer de um governo presidido por um ex-oficial da KGB? A história russa é muito estranha, com sua pretensa democratização no início dos anos 90 e a subsequente "queda do comunismo". Esta queda, curiosamente não causou a prisão ou julgamento de NENHUM COMUNISTA por seus crimes. Nunca em tempo algum, um regime caiu sem que os crimes de seus comandantes tivessem sido julgados e condenados. Hoje em dia antigos criminosos comunistas têm seu prestígio como "democratas" e "liberais" incensados pelo ocidente.

O que podemos concluir então do selvagem atentado em Beslan?

a)George W. Bush está certo! A única maneira de acabar com o terrorismo é atacar seus executores e apoiadores. O pretenso "pacifismo" só interessa aos próprios terroristas.
b)Putin não tem as mínimas credencias para fazer uma "guerra ao terror". Seus métodos de extermínio são mais do que criminosos. Não há medida de comparação entre a guerra ao terror americana e a russa. Isto deve ser lembrado sempre.
c)Sobre Putin sobram grandes evidências de apoio a organizações terroristas, principalmente em relação a Al-Qaeda e ao Iraque.
d)Putin, pelos motivos acima, não pode ser considerado um "aliado" do ocidente na "guerra contra o terror".

A Chechênia será um cenário da mais contraditória das "guerras". Tudo está nublado demais. E em condição de visibilidade zero, as chances de abater seu próprio aliado são muitas.

Prevejo tempos difíceis para todo o Ocidente e especialmente aos habitantes da Chechênia. Eles estão, como me disseram, literalmente entre o martelo e a foice (vermelha)...